A proposta da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de criar uma nova modalidade de planos de saúde com mensalidades de até R$ 100 vem despertando amplo interesse entre os profissionais do setor. A medida, que ficou em consulta pública até abril de 2025, propõe a criação de um novo tipo de plano voltado exclusivamente à cobertura ambulatorial, ou seja, consultas e exames. A nova modalidade de planos de saúde não prevê atendimento de urgência, emergência ou internações hospitalares, e tem como foco a ampliação do acesso à saúde suplementar para a população que hoje se encontra desassistida.
Foco dessa nova modalidade e características
O principal objetivo da nova modalidade de planos de saúde é atender um público que, até o momento, não consegue arcar com os custos dos planos tradicionais. Estima-se que até 50 milhões de brasileiros, que atualmente utilizam apenas cartões de desconto ou pagam do próprio bolso por atendimentos, possam ser beneficiados. Trata-se, em sua maioria, de trabalhadores informais, desempregados e idosos.
A cobertura proposta é voltada para consultas eletivas em todas as especialidades médicas, além de exames previstos no rol de procedimentos da ANS. Por outro lado, não haverá cobertura para situações de urgência ou internação, o que reduz significativamente o custo da mensalidade. A proposta prevê contratação na modalidade coletiva por adesão, com estrutura flexível, permitindo que tanto empresas quanto pessoas físicas organizadas tenham acesso ao produto.
A regulação desse modelo caberá à ANS, que será responsável por fiscalizar as operadoras, acompanhar o desempenho das carteiras e aprovar os reajustes de valores, que ocorrerão de forma coletiva e com base nos custos da operadora, e não no perfil individual dos beneficiários. Isso garante maior previsibilidade e transparência para todos os envolvidos.
Impacto no mercado de planos de saúde
A introdução dessa nova modalidade tende a provocar mudanças relevantes no mercado de saúde suplementar. Em primeiro lugar, há uma potencial transformação no segmento de entrada, criando um novo patamar de produtos com foco em acessibilidade e custo reduzido. Isso pode gerar uma reconfiguração das ofertas existentes e forçar operadoras a revisar suas estratégias comerciais.
Além disso, espera-se uma intensificação da concorrência com clínicas populares e produtos low-cost já existentes, que até então ocupavam esse espaço de forma não regulada. A formalização dessa faixa de mercado pela ANS pode gerar benefícios em termos de segurança e previsibilidade, tanto para os consumidores quanto para os agentes de distribuição.
Outro ponto importante é que a ampliação da base de beneficiários pode diluir os riscos ao permitir o ingresso de milhões de novos usuários, promovendo escalabilidade. No entanto, essa expansão também pode trazer pressões adicionais sobre as operadoras, especialmente no que diz respeito ao controle de custos e à gestão eficiente de redes credenciadas.
Com essas mudanças, o mercado como um todo será impactado, exigindo adaptação das operadoras, agentes reguladores e, especialmente, dos corretores, que serão o elo entre os novos produtos e os consumidores finais.
Oportunidades para corretores e corretoras de seguros
Para os corretores e corretoras de seguros, a nova modalidade de planos de saúde representa uma excelente oportunidade de diversificação e expansão de mercado. A possibilidade de comercializar um produto com ticket médio reduzido, voltado para um público numeroso e atualmente desatendido, abre caminho para novas estratégias de prospecção.
Esse novo produto viabiliza a entrada em mercados regionais menos explorados, onde a demanda por acesso à saúde é elevada, mas a oferta de planos convencionais é limitada. Além disso, torna possível a abordagem direcionada a públicos como autônomos, pequenos empresários e trabalhadores informais, que agora poderão contar com alternativas formais e reguladas.
Há também um enorme potencial para a estratégia de cross selling, associando o plano ambulatorial a produtos complementares como seguros de vida, assistência odontológica ou planos hospitalares. Com uma atuação consultiva, os corretores podem oferecer soluções integradas que atendam às diferentes demandas dos clientes.
Por fim, a presença digital se torna ainda mais estratégica, permitindo que corretores alcancem novos perfis de consumidores, como jovens e usuários altamente conectados, que buscam soluções práticas, com contratação facilitada e atendimento descomplicado.
Riscos e desafios da nova modalidade de planos de saúde
Apesar das oportunidades, a nova modalidade de planos de saúde apresenta riscos e desafios relevantes. Um dos principais pontos de atenção é o risco de percepção negativa, principalmente por parte dos consumidores que, ao adquirirem um plano mais barato, podem supor que têm direito a uma cobertura completa, incluindo hospitalizações, o que não é o caso.
Essa lacuna pode gerar frustrações e reclamações, caso não haja uma comunicação clara no momento da venda. Nesse sentido, cabe ao corretor de seguros o papel de explicar ao cliente e garantir o entendimento pleno das limitações do produto.
Outro desafio está na dificuldade de explicar tecnicamente as exclusões de cobertura, sobretudo para o público leigo, que muitas vezes não possui familiaridade com os termos regulatórios. Isso exige capacitação contínua dos profissionais de vendas e materiais de apoio bem estruturados.
Além disso, existe a preocupação com a sustentabilidade financeira das operadoras, que precisarão operar com uma margem bastante reduzida e, ao mesmo tempo, manter a qualidade dos serviços prestados.
Caminhos estratégicos para corretores
Para enfrentar esses desafios e aproveitar ao máximo as oportunidades, os corretores precisam investir em preparação comercial e posicionamento estratégico. Isso começa pela construção de uma argumentação de vendas fundamentada no valor real do plano, destacando seu custo-benefício e sua adequação ao perfil do cliente.
Outra frente importante é o estabelecimento de parcerias com empresas e associações, o que pode facilitar a adesão coletiva e gerar escala desde o início das campanhas comerciais.
Fundamental também é a educação do cliente sobre o que está (e o que não está) incluído no plano, utilizando uma linguagem clara, sem termos excessivamente técnicos, e com exemplos práticos. Isso reduz a chance de mal-entendidos e aumenta a satisfação pós-venda.
Por fim, manter-se atualizado sobre as regulamentações da ANS e as movimentações do mercado é essencial para se posicionar como um profissional confiável, apto a orientar o cliente de maneira segura e eficaz.
Como a Moltrio pode ajudar você a crescer com essa nova oportunidade
A ampliação do mercado com a entrada desta nova modalidade de planos de saúde exigirá dos corretores uma gestão mais eficiente da carteira de clientes e das oportunidades comerciais.Sendo assim, a Moltrio oferece uma solução completa e personalizada para corretoras de seguros que desejam atuar de forma estratégica e eficiente.
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