O debate sobre sustentabilidade está cada vez mais presente no setor financeiro, e o mercado de seguros não fica de fora dessa transformação. A busca pelo carbono zero deixou de ser apenas um tema ambiental e passou a ser uma exigência estratégica, que impacta desde grandes seguradoras até as corretoras que atuam diretamente com clientes de todos os portes. Nesse cenário, o inventário de carbono ganhou relevância como ferramenta fundamental para medir e gerenciar emissões, trazendo desafios e oportunidades para o setor.
Compreender por que o carbono zero está em alta, como funciona o inventário de emissões e de que forma essa pauta influencia os negócios é essencial para que corretores e gestores de corretoras fortaleçam sua relevância no mercado, antecipem oportunidades comerciais e adaptem produtos e processos às novas exigências de sustentabilidade. Mais do que uma tendência, trata-se de um movimento que afeta a regulação, os produtos oferecidos e até a imagem das empresas diante de clientes cada vez mais atentos ao impacto socioambiental das suas escolhas.
O que é inventário de carbono e por que está em alta no setor de seguros
O inventário de carbono é uma ferramenta que permite medir e monitorar a quantidade de gases de efeito estufa (GEE) emitida por uma organização. Em outras palavras, trata-se de um diagnóstico que mostra quanto uma empresa impacta o clima e onde estão suas principais fontes de emissão.
No setor de seguros, esse tema ganhou força porque investidores, reguladores e consumidores querem saber como as empresas estão lidando com riscos climáticos. Mais do que isso, os riscos climáticos já estão se materializando em eventos extremos, como enchentes, secas e incêndios, que afetam diretamente a sinistralidade.
Por isso, as seguradoras passaram a mapear suas emissões e buscar soluções para amenizar os riscos e criar novas oportunidades de negócio. Esse movimento se estende também às corretoras, que desempenham papel essencial como ponte entre clientes e seguradoras, traduzindo esse tema complexo em soluções práticas.
As emissões que mais importam para o setor de seguros
Quando se fala em inventário de carbono, as emissões são classificadas em três escopos:
- Escopo 1: emissões diretas da operação da empresa, como uso de combustíveis em veículos.
- Escopo 2: emissões indiretas de energia, como o consumo de eletricidade.
- Escopo 3: emissões indiretas na cadeia de valor, que incluem transporte, viagens de negócios e, no caso do setor financeiro, as chamadas “emissões financiadas ou seguradas” (categoria 15).
No mercado de seguros, o Escopo 3 é o mais relevante, especialmente na categoria 15, que considera as emissões das atividades seguradas. Esse tipo de emissão pode ser até 700 vezes maior que as emissões diretas da própria empresa. Isso significa que o verdadeiro impacto climático de uma seguradora — e, por consequência, de seus produtos — está nos riscos que ela assume ao proteger setores emissores de carbono, como transporte, energia ou construção civil.
Para os corretores, compreender essa lógica é fundamental. Afinal, clientes corporativos já estão sendo cobrados por relatórios de sustentabilidade e podem buscar soluções de seguro que estejam alinhadas com suas metas de carbono zero.
O papel da PCAF: como medir emissões seguradas
Um dos grandes avanços recentes para o setor foi a criação da PCAF (Parceria para Contabilidade de Carbono no Setor Financeiro). Essa metodologia internacional fornece diretrizes para medir as emissões associadas a financiamentos e seguros, permitindo comparabilidade e transparência.
Ao adotar essa metodologia, as seguradoras conseguem calcular com mais precisão sua pegada de carbono indireta, definir metas e propor ações para reduzir riscos. Esse processo não é apenas regulatório, mas também estratégico: abre espaço para inovação em produtos, como seguros que incentivam práticas sustentáveis entre clientes.
Corretores que conhecem a lógica da PCAF têm condições de oferecer consultoria mais qualificada, mostrando que entendem as exigências do mercado global e conseguem apoiar clientes em suas próprias jornadas de sustentabilidade.
Oportunidades para corretoras: como se posicionar
O carbono zero pode parecer um desafio distante para pequenas e médias corretoras, mas na prática é uma oportunidade de diferenciação competitiva. Muitas empresas clientes estão em busca de orientação sobre como alinhar seus seguros a práticas ESG, e o corretor pode ser esse agente de confiança.
Posicionar-se nesse debate significa:
- Traduzir as exigências regulatórias em linguagem acessível para os clientes.
- Oferecer produtos inovadores que já contemplam aspectos sustentáveis.
- Ser a ponte entre seguradoras, clientes e novas soluções do mercado.
Exemplos de atuação incluem consultoria para empresas que buscam comprovar suas metas de carbono zero em licitações ou acesso a crédito, além de direcionamento para seguros de performance ambiental, programas de prevenção de riscos climáticos ou seguros baseados em uso, que incentivam práticas de menor impacto.
Por que o inventário de carbono é uma ferramenta estratégica
Ainda existe a ideia de que o inventário de carbono é apenas uma obrigação regulatória ou um custo adicional. Na verdade, trata-se de uma ferramenta que traz benefícios concretos como o auxílio na tomada de decisão, ao permitir identificar riscos e oportunidades de negócio. Estimula a inovação, com o desenvolvimento de produtos que atendam demandas de clientes mais exigentes. Reforça a imagem da corretora, que passa a ser vista como uma parceira atualizada e conectada com tendências globais.
No médio e longo prazo, o carbono zero não será apenas uma opção, mas uma exigência do mercado. As empresas que se anteciparem terão mais chances de conquistar clientes, fidelizar parcerias e se destacar em um setor cada vez mais competitivo.
Como sua corretora pode se preparar para o carbono zero
A preparação não deve ser vista como um desafio impossível, mas como um processo contínuo de adaptação. Alguns passos podem ajudar:
- Capacitar a equipe para entender os conceitos de sustentabilidade e aplicá-los no dia a dia.
- Acompanhar as mudanças regulatórias e as metodologias globais, como a PCAF.
- Identificar clientes estratégicos que já estão buscando soluções sustentáveis.
- Adotar ferramentas digitais que auxiliem na gestão de dados e no relacionamento com clientes.
Esses movimentos já estão acontecendo no mercado. A questão é: sua corretora está pronta para acompanhar essa transformação ou ficará para trás?
Carbono zero como estratégia de futuro
O inventário de carbono, longe de ser apenas um relatório, tornou-se um recurso estratégico para entender riscos, inovar em produtos e reposicionar marcas. Corretores que se apropriam desse conhecimento têm a chance de atuar não apenas como intermediários de contratos, mas como consultores de confiança que ajudam empresas a navegar em um cenário de transição climática e regulatória.
A Moltrio acompanha essas transformações de perto e já desenvolveu soluções para que corretores consigam se adaptar ao novo cenário. Com foco em digitalização total da corretora, automação inteligente para escala, gestão com base em dados e APIs para integrações. conformidade com tendências regulatórias e inovação em produtos e modelos de negócio, a Moltrio é parceira estratégica para quem quer crescer mesmo em tempos de mudança.
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